O que falar sobre Rutger Hauer? Para aqueles que acham que não conhecem o ator, forcem um pouco a memória. Se você se lembra de Batman Begins, você já viu Rutger em ação. O executivo (Richard Earle) que tenta tomar conta dos negócios das empresas Wayne é interpretado pelo ator. Personagem cheio de malícia e bastante irônico. O que dizer então de sua pequena (mas brilhante) aparição em “Sin City – A cidade do Pecado”? O personagem interpretado por Hauer é o Cardeal Roark. Seu nome é mencionado vezes suficientes para que o personagem seja temido, mas sua imagem na tela não dura mais do que um minuto. Tempo bastante para que Rutger Hauer roube a cena com uma interpretação insana, porém calma. Cena que tem direito a um beijo em uma cabeça decepada e a frase “Já estamos indo para casa”.
Bom, esses são apenas simples exemplos do trabalho de Rutger Hauer. Agora que você já se lembrou dele, vamos falar sério.
Hauer nasceu na Holanda em 23/01/1944. Quando jovem começou a trabalhar em grupo de teatro holandês e logo após um tempo já fazia parte do elenco de grandes filmes do país. Anos depois ele se muda para Hollywood e logo recebe seu primeiro papel no filme “Conspiração Violenta” (The Wilby Conspirancy, 1975). O filme, estrelado por Sidney Poitier e Michael Caine, é um drama que se passa na época do Apartheid na África do Sul. O papel de Hauer, mesmo sendo pequeno, lança-o de maneira positiva para o público e crítica.
Durante os próximos anos, Hauer não parou de fazer filmes. Foram mais de 12 filmes até o ano de 1982. Esse ano, marcado pelo lançamento de “Blade Runner – O caçador de Andróides” (Blade Runner, 1982). Esse filme, talvez o maior de ficção já feito, filme que receberá uma resenha exclusiva e detalhada dos Goodfellas. Em Blade Runner, Hauer interpreta o replicante Roy Batty que se rebela de seu trabalho escravo para pedir mais vida aos seus criadores. Em atuação magistral, Rutger Hauer rouba o filme para si, e faz com que o seu personagem seja visto de várias formas. Roy Batty pode ser considerado um psicopata ou então, um homem (máquina) que está lutando por sua vida como um humano qualquer faria, correto? Deixando a teoria de lado e analisando a atuação de Hauer, ficamos impressionados com a atuação. Ele transforma a vida do detetive Deckard (Harrison Ford em ótima atuação) em um verdadeiro inferno. E com uma bela interpretação durante todo o filme, Roy Batty finaliza com chave de ouro declamando a famosa frase criada pelo ator Rutger Hauer.
Roy Batty: “All Those… moments will be… lost… in time… like…tears… in the rain…time … to die / Todos aqueles… momentos ficarão… perdidos… no tempo… como… lágrimas… na chuva…é hora…de morrer”
Nos anos anos seguintes Hauer fez, entre alguns filmes, o bom “Senhor das Águias” (A Breed Apart, 1984). Neste filme, Hauer interpreta o solitário Jim Malden, homem que vive numa ilha e cuida dos animais que ali habitam. Ao ser atrapalhado por um caçador, Jim começa a dar uma lição para ele. Filme bastante interessante e muito pouco conhecido.
No ano seguinte, outro verdadeiro clássico do cinema. “O Feitiço de Áquila” (Ladyhawke, 1985). O filme se trata de uma maldição que foi jogada sobre um casal que viveu um amor “proibido”. Durante o dia, Isabeau (interpretada pela LINDA Michele Pfeifer) vive dentro do corpo de um falcão, enquanto Rutger Hauer é o capitão Navarre. Durante a noite, Michele Pfeifer volta a ser uma mulher e Navarre se torna um lobo. Um drama marcado pelo nervoso desencontro entre os personagens, com atuações ótimas de todos os atores, inclusive de Matthew Broderick no papel de “Rato”, o fugitivo da prisão de Áquila. Neste filme, Hauer nos mostra um homem apaixonado e batalhador, o que indica que o rapaz é, de fato, um grande ator, variando os seus personagens.
Um ano depois, vem outro personagem marcante na história do cinema. O psicopata (este sem dúvida alguma) John Rider.
“A morte pede Carona” (The Hitcher, 1986) é um filme que faz qualquer pessoa pensar antes de fazer uma viagem. Um garoto chamado Jim Halsey, interpretado pelo jovem C. Thomas Howell, está viajando pela estrada a caminho da Califórnia para fazer a entrega de um veículo. Durante a noite, ele dá carona para John Rider e, sem motivo algum, o homem quer matá-lo. Pronto. Essa é a história de “A morte pede Carona”. O personagem de Rutger Hauer simplesmente caça o garoto durante todo o filme e faz como que ele sinta medo, pânico, e nunca consiga escapar de suas armadilhas. Atuação incrível em um filme de baixo orçamento que possuía tudo para dar errado, mas deu certo. Palmas para Hauer, que nos mostra como fazer um vilão e, não só nas palavras dos Goodfellas, um dos maiores vilões da história do cinema.
Hauer possui outros excelentes filmes. Destaque para o caçador de terroristas em “Exterminador Implacável” (Wanted: Dead or Alive, 1987), ou então para o terrorista caçado por Silvéster Stallone em “Falcões da Noite” (Nighthawks, 1981). Outro filme de grande destaque na carreira do ator é “Nação do Medo” (Fatherland, 1994). Obra que nos trás uma visão nunca antes mostrada no cinema. Como teria sido se a Alemanha de Hitler ganhasse a 2ª Guerra Mundial? Para descobrir, assista ao filme, que vale muito a pena. Hauer vive um militar nazista na história.
Sem mais palavras para falar deste BRILHANTE ator. Hauer nos mostra vilões, românticos, policiais, ou até mesmo um morador em uma ilha isolada. Os Goodfellas esperam que ele ainda nos presenteie com muitas obras de arte como as que ele já fez e podemos ter certeza que o trabalho de Rutger Hauer NÃO será perdido no tempo, como lágrimas na chuva...
domingo, 22 de novembro de 2009
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Sem dúvida alguma, um ator extraordinário. Pena que pouco valorizado.
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